Setor de mídia e entretenimento

Setor de mídia e entretenimento

 

O Brasil foi um dos países que registrou o maior crescimento no setor de mídia e entretenimento no mundo em 2010, 15,3% em relação ao ano anterior, atingindo total de US$ 33,1 bilhões. Assinatura de televisão, acesso à internet e publicidade em televisão foram os segmentos com maior crescimento de receita, todos acima de 20%.

O país, juntamente com a China, deve liderar a expansão dos negócios no setor com crescimento anual médio projetado de 11,4% até 2015, segundo a pesquisa “Global Entertainment and Media Outlook: 2011-2015”, lançada em junho/2011 pela PwC. O mercado brasileiro é atualmente o décimo no ranking, liderado pelos EUA , e deve chegar à sétima posição em 2015, com US$ 56,7 bilhões.

Impulsionada pelo Brasil, que responde por 50% do mercado, a América Latina foi a região que mais cresceu no ano passado, 12,2% e deve manter a trajetória com projeção de crescimento médio de 10,5% ao ano passando de US$ 66 bilhões em 2010 para US$ 109 bilhões em 2015.

Os gastos globais no setor em 2010 acompanharam a retomada econômica e registraram aumento de 4,6%. Países como o Brasil, a China e a Índia, menos afetados pela crise, registraram crescimento significativo. Os gastos na China aumentaram 13,9% (53% em cinema e vídeo e mais de 30% em videogames e TV por assinatura) e 13,6% na Índia (50,8% videogames e mais de 30% em acesso a internet e mercado fonográfico). O crescimento do setor no mundo deve passar de US$ 1,4 trilhão em 2010 para US$ 1,9 trilhão em 2015, com média anual de 5,7% de acordo com as projeções da PwC.

Os investimentos globais em publicidade retomaram o vigor registrando aumento de 5,8% depois de acumular perdas de 11,9% entre 2007 e 2009. De acordo com a projeção, os gastos devem passar dos atuais US$ 442 bilhões para US$ 578 bilhões em 2015, crescendo em média 5,5% ao ano. A publicidade na internet será o nicho de maior crescimento nos próximos cinco anos, com taxa média anual projetada em 13% devendo superar os anúncios em jornais em 2012 e ocupando o segundo lugar somente atrás da publicidade na televisão, que permanecerá na liderança mesmo com a dedicação cada vez maior dos consumidores às mídias online.

A América Latina foi a região que registrou o maior aumento em publicidade, 12,2% em 2010 depois de uma queda de 1,2% no ano anterior. O investimento na região chegou a US$ 23 bilhões e com crescimento médio anual estimado para os próximos cinco anos de 8,7% a região deve continuar liderando a expansão dos negócios no mundo. Em 2014, em virtude da realização da Copa do Mundo no Brasil, o segmento de publicidade deve registrar aumento de 17,4% , caindo para apenas 0,4% no ano seguinte.

O setor de mídia e entretenimento que emergiu da crise apresenta mudanças profundas decorrentes da migração cada vez mais acelerada dos consumidores para as plataformas digitais. O mercado digital responde por 26% de todos os gastos e a previsão é que essa fatia chegue a 33,9% em 2015. Estamos na era do consumidor conectado. Para adaptar-se a essa realidade, a indústria procura criar formas de envolver o consumidor por meio do redesenho do conteúdo com o objetivo de torná-lo multiuso e multiplataformas, propiciando múltiplas possibilidades de receitas.

“Esta é a Era de ouro para os consumidores, que nunca tiveram a oportunidade de acessar conteúdo de qualidade, muitas vezes de graça, em diversos dispositivos”, diz Marcel Fenez, líder global de E&M da PwC. Segundo ele, os CEOs têm de adequar seus modelos de negócios para atender a mudança na natureza das demandas do consumidor. “O ponto crucial é que para continuar oferecendo conteúdo de qualidade alguém terá de pagar”, complementa Fenez.

De fato, muitos consumidores desejam conteúdo gratuito. Convencer as pessoas a pagar é um grande desafio e requer uma profunda compreensão do que os consumidores valorizam. “O consumidor gosta de poder definir o que irá consumir e  uma vez que encontra o conteúdo de forma gratuita, ele torna-se propenso a pagar por privilégios que lhe permitam obter vantagens. Para as empresas, o desafio é criar relações sustentáveis, rentáveis e comprometidas com o consumidor”, afirma a líder de E&M da PwC-Brasil, Estela Vieira.

Oferecer contéudo e fidelizar a marca é apenas metade da equação. A outra são os mecanismos pelos quais as pessoas pagarão pelo conteúdo. Vários modelos estão sendo testados, incluindo “freemium”, micropagamentos e a venda de pacotes de acesso do mesmo conteúdo em diversas plataformas. Ao mesmo tempo, está surgindo uma nova tendência em lugar dos modelos tradicionais que envolvem a compra e propriedade no sentido de pagar pelo direito de usar ou “alugar” conteúdo de serviços baseados em nuvem (cloud computing) por meio de streaming.

A migração do consumidor para dispositivos inteligentes está aumentando à medida que os upgrades permitem maior velocidade de download e os segmentos de dispositivos inteligentes e de aplicações móveis alimentam um ao outro. O crescimento explosivo dos vários tipos de equipamentos móveis deve continuar nos próximos cinco anos. O caminho para os provedores de conteúdo é adotar uma postura flexível e buscar a integração com outros players, sejam operadoras, provedores de aplicativos ou meios de pagamento amigáveis para o consumidor.

Para saber mais, acesse http://www.pwc.com/gx/en/global-entertainment-media-outlook.