O CENA esteve presente na EXPOCINE 25, evento do mercado audiovisual ocorrido em São Paulo, de 30/09-03/10/2025, que contou com a presença de distribuidoras, exibidores e produtores.
O Painel “Formar é Incluir: Como a Formação Abre Caminhos no Audiovisual”, mediado por Alessandra Meleiro (Coordenação Científica do CENA), contou com a presença de Davi Heller (Sócio fundador da Casa Ojô), Luciana Bezerra (Coordenadora de projetos audiovisuais da Nós do Morro), e Elísio Lopes Junior (roteirista TV Globo).
O debate reforçou como o processo de formação ultrapassa a simples transmissão de técnicas, envolvendo também a criação de condições para permanência, inclusão e multiplicação de saberes. Davi Heller trouxe suas experiências de atuação em cursos livres voltados para o atendimento de jovens em situação de vulnerabilidade social, na inserção de jovens periféricos nas séries originals da Netflix no Brasil – Programa “Boost the Base” -, que instituiu a “cuidadoria” dos jovens, atenuando possíveis tensões que pudessem surgir no percurso dos sets de filmagem – e pós sets de filmagens.
Heller entende que as empresas são espaços formativos por excelência, e instituiu uma metodologia tanto para a formação dos jovens entrantes nas instituições, quanto para a formação dos formadores dentro das empresas.
Bezerra relatou como a Nós do Morro, uma escola livre de experimentação gratuita em audiovisual (roteiro, produção, atuação) e artes cênicas pretende dar acesso à população de baixa renda do morro do Vidigal – comunidade na qual o Grupo é sediado. Vidigal é considerada uma “favela da paz”, muito em virtude das iniciativas culturais ali surgidas, na área de música, audiovisual e artes cênicas, lideradas por movimentos sociais. Os números impressionam:
O Nós do Morro já produziu 11 filmes e 15 peças teatrais
1600 pessoas fizeram parte dessa história.
Elísio trouxe uma fala em primeira pessoa, como nordestino e negro, inserido em uma estrutura como a TV Globo, que teve que lidar com ruptura de barreiras para estar e pertencer a um grupo de criadores roteiristas. Ganhou protagonismo por evidenciar a própria ancestralidade.
Elísio tem estreita ligação com a FLUP – Festa Literária das Periferias, que promove experiências literárias, diálogos literários entre centros e periferias – especialmente territórios periféricos do Rio de Janeiro. 220 roteiristas já se formaram no Laboratório de Narrativas Negras e Indígenas para o Audiovisual. A FLUP acaba sendo uma importante ponte entre talentos e a TV Globo.
Conheça a programação do evento, e leia o que foi publicado na imprensa sobre o Painel.