Diagnóstico do audiovisual baiano

Diagnóstico do audiovisual baiano

 

O amplo e diversificado leque de atividades que compõe o que é chamado de audiovisual configura, na circunstância contemporânea, um mercado de proporções gigantescas e é, seguramente, uma das cadeias mais dinâmicas da economia da cultura em escala global. Tema cuja relevância garante sua presença não apenas no cotidiano das organizações dedicadas ao campo da cultura, como a UNESCO, mas, também, na agenda econômica de governos e de organismos multilaterais, a exemplo da OMC – Organização Mundial do Comércio e da OMPI- Organização Mundial da Propriedade Intelectual, o audiovisual vem sendo objeto de um crescente e significativo número de estudos e pesquisas.

Realizados nos mais diferentes âmbitos e com enfoques multivariados, tais estudos e pesquisas não deixam de acentuar, quase consensualmente, que no atual contexto de convergência tecnológica possibilitada pelas tecnologias digitais – ambiência que, sem mais, define e, concomitantemente, impulsiona o desenvolvimento do que é chamado de audiovisual – dois elementos, imbricados, sinalizam o estado da arte do audiovisual: as profundas transformações por que passam suas cadeias e elos, em estruturas de mercado, instituições e papéis e formas de interações de atores e o trânsito permanente dos conteúdos audiovisuais que, das salas de cinema e das TV’s abertas, alcançam, em força, novas janelas de exibição como a TV por assinatura, o vídeo doméstico, os computadores conectados à Internet e os celulares.

Embora o audiovisual e assuntos correlatos sejam, presentemente, temáticas de forte apelo midiático, do mundo dos negócios e, em menor proporção, das academias, ainda há muitas imprecisões e desafios teórico-metodológicos a superar em suas abordagens. Qual a composição da cadeia do audiovisual? Como lidar com sua elevada heterogeneidade? Qual o balanço ideal entre especificidades e heterogeneidades, tendo em vista a formulação de políticas públicas de suporte à competitividade de suas empresas? Respostas a essas questões ainda estão sendo buscadas e têm motivado a realização de muitas pesquisas e experimentações. Experiências em curso no Brasil e no mundo são referências e pontos de partida em novos projetos de busca de conhecimento sobre a cadeia do audiovisual com vistas a que o novo conhecimento produzido pavimente a via de proposição de políticas e de ações efetivas para a transformação de promessas em realizações.

A referência a experiências em curso no mundo e no Brasil, tanto na academia como em esferas governamentais, é eixo central deste Diagnóstico. Apesar de sua inserção em um campo de conhecimento já em formação, a experimentação é também outra de suas marcas. Do balanço entre o realizado, que orienta, mas limita, e o campo aberto da experimentação, do a realizar, nasce este Diagnóstico do Audiovisual na Bahia.

O amplo e diversificado leque de atividades que compõe o que é chamado de audiovisual configura, na circunstância contemporânea, um mercado de proporções gigantescas e é, seguramente, uma das cadeias mais dinâmicas da economia da cultura em escala global. Tema cuja relevância garante sua presença não apenas no cotidiano das organizações dedicadas ao campo da cultura, como a UNESCO, mas, também, na agenda econômica de governos e de organismos multilaterais, a exemplo da OMC – Organização Mundial do Comércio e da OMPI- Organização Mundial da Propriedade Intelectual, o audiovisual vem sendo objeto de um crescente e significativo número de estudos e pesquisas.

Realizados nos mais diferentes âmbitos e com enfoques multivariados, tais estudos e pesquisas não deixam de acentuar, quase consensualmente, que no atual contexto de convergência tecnológica possibilitada pelas tecnologias digitais – ambiência que, sem mais, define e, concomitantemente, impulsiona o desenvolvimento do que é chamado de audiovisual – dois elementos, imbricados, sinalizam o estado da arte do audiovisual: as profundas transformações por que passam suas cadeias e elos, em estruturas de mercado, instituições e papéis e formas de interações de atores e o trânsito permanente dos conteúdos audiovisuais que, das salas de cinema e das TV’s abertas, alcançam, em força, novas janelas de exibição como a TV por assinatura, o vídeo doméstico, os computadores conectados à Internet e os celulares.

Embora o audiovisual e assuntos correlatos sejam, presentemente, temáticas de forte apelo midiático, do mundo dos negócios e, em menor proporção, das academias, ainda há muitas imprecisões e desafios teórico-metodológicos a superar em suas abordagens. Qual a composição da cadeia do audiovisual? Como lidar com sua elevada heterogeneidade? Qual o balanço ideal entre especificidades e heterogeneidades, tendo em vista a formulação de políticas públicas de suporte à competitividade de suas empresas? Respostas a essas questões ainda estão sendo buscadas e têm motivado a realização de muitas pesquisas e experimentações. Experiências em curso no Brasil e no mundo são referências e pontos de partida em novos projetos de busca de conhecimento sobre a cadeia do audiovisual com vistas a que o novo conhecimento produzido pavimente a via de proposição de políticas e de ações efetivas para a transformação de promessas em realizações.

A referência a experiências em curso no mundo e no Brasil, tanto na academia como em esferas governamentais, é eixo central deste Diagnóstico. Apesar de sua inserção em um campo de conhecimento já em formação, a experimentação é também outra de suas marcas. Do balanço entre o realizado, que orienta, mas limita, e o campo aberto da experimentação, do a realizar, nasce este Diagnóstico do Audiovisual na Bahia.

A competitividade de empresas e cadeias é condicionada por fatores sistêmicos, das cadeias e internos às suas empresas. Em vista disso, políticas públicas de suporte à competitividade empresarial e de cadeias de produção devem tomar como focos aqueles três tipos de fatores, embora o controle sobre tais fatores varie. As empresas detêm maior controle sobre os fatores internos e os governos sobre os sistêmicos, o que, consequentemente, repercute sobre os objetivos de políticas em relação a cada um dos fatores e sobre seus resultados.

As medidas de política com foco nos fatores das cadeias destinam-se a agir sobre sua configuração produtiva, tanto em relação às suas escalas técnicas e empresariais, quanto sobre o nível de especialização das unidades de produção e padrão de relacionamento inter e intra elos da cadeia, buscando reverter os seus atributos negativos. Já aquelas com foco nas empresas dos diferentes elos da mesma cadeia buscariam, prioritariamente, incentivar a racionalização e otimização de processos e a adequação da qualidade dos produtos, além do aprendizado e da inovação. Isto é, essas iniciativas objetivariam viabilizar a aproximação entre procedimentos operacionais das unidades locais e as best practices. Por último, as medidas de intervenção sobre os fatores sistêmicos justificar-se-iam pela necessidade de criação de externalidades favoráveis à competitividade das empresas e consubstanciar-se-iam em políticas macroeconômicas clássicas, políticas visando o aprimoramento do sistema legal-regulatório e a melhoria da infraestrutura.

De outra perspectiva, políticas de fomento à competitividade de cadeias e empresas devem ser de natureza seletiva, convergentes e de longo prazo. A seletividade de atuação impõe-se diante da existência de condições diferenciadas de desenvolvimento entre empresas e elos da mesma cadeia, para dotá-los de vantagens competitivas renováveis e sustentáveis. A convergência de direção das medidas de políticas de suporte à competitividade consiste na atuação combinada e integrada dos diferentes agentes envolvidos no processo e na articulação entre políticas em diferentes níveis de governo, os quais, sugerimos, têm áreas específicas de atuação. Às peculiaridades do padrão de intervenção proposto, descritas até aqui, soma-se a necessidade de que as políticas públicas sejam de longo prazo, sem que se esqueça da permanente avaliação dos seus resultados, para, inclusive, mantê-las atualizadas.

No Brasil, a academia, instituições do Governo Federal, alguns governos estaduais e organismos representativos do setor têm vindo, também, particularmente nos anos mais recentes, a dedicar especial atenção a investigações sobre a problemática do audiovisual no país e sobre políticas públicas de fomento. Todavia, em que pesem estes esforços, ainda são grandes, entre nós, as lacunas nesta área – o que, aliás, se aplica ao conjunto da economia da cultura – em especial quanto a bases de dados, estatísticas e indicadores, fontes absolutamente fundamentais para a realização de diagnósticos, estudos prospectivos e, também, definição de estratégias e políticas.

Assim é que, para a elaboração deste Diagnóstico sobre o audiovisual na Bahia, considerando tanto essa insuficiência de dados quanto, e muito particularmente, a necessidade de melhor conhecer a realidade local, tendo em vista que o objetivo central a que se destina este Diagnóstico é subsidiar a formulação de políticas para este setor, entendeu-se como indispensável a realização de pesquisa de campo envolvendo um conjunto de empresas, instituições diversas e produtores independentes que atuam no campo do audiovisual na Bahia, além de pesquisas em fontes secundárias.

A pesquisa de campo foi realizada junto a uma amostra selecionada por representantes do Governo do Estado, através da DIMAS – Diretoria de Audiovisual, unidade subordinada a FUNCEB, do GT da Rede de Audiovisual da Bahia e da ABCV – Associação Baiana de Cinema e Vídeo, com base em critérios de desempenho e de visibilidade.

Compõem o núcleo central da pesquisa um conjunto de produtores locais de conteúdo audiovisual (especialmente, as empresas e os realizadores independentes que produzem filmes e vídeos – inclusive a produção de vídeos para publicidade e propaganda – mas, também, os núcleos de criação das televisões e as instituições que atuam na área de produção de jogos eletrônicos); de instituições que trabalham com distribuição de conteúdo; e um conjunto de exibidores (salas de cinema, emissoras de televisão, festivais, vídeo locadoras e cineclubes). Todavia, tendo em vista que a produção de conteúdo audiovisual, em geral, não se encerra em si mesma, também foram pesquisados representantes selecionados das chamadas áreas de apoio ou correlatas: empresas e profissionais que prestam serviços especializados de infraestrutura (aluguel de equipamentos, serviços especializados de cenografia, figurino, catering, etc.), os responsáveis pelo projeto de implantação da film commission e instituições que atuam nas áreas de formação de quadros, preservação da memória.

Não é demais registrar que o trabalho aqui desenvolvido tem caráter pioneiro, por duas razões. Primeiro porque se insere em estudo de escopo mais amplo do segmento de audiovisual na Bahia, o que por si só já reflete uma compreensão avançada das problemáticas presentes em elos específicos da cadeia de produção audiovisual, atualmente. Em segundo lugar, porque se constitui em uma primeira iniciativa em nível do Governo Estadual no sentido de compor um panorama da cadeia audiovisual na Bahia, identificando junto aos atores locais, por meio de pesquisa direta, seus pontos fortes e fracos, assim como ameaças e oportunidades associadas ao ambiente. Também fez parte do esforço de pesquisa a identificação de novas políticas de governo oude aprimoramento das já existentes para fomentar a conquista de condições sustentáveis de competitividade pelos atores do audiovisual na Bahia.

A apresentação dos resultados deste Diagnóstico procura dar conta do que é geral e, simultaneamente, particular nas configurações da cadeia do audiovisual baiano. Para cumprir tal desígnio, um conjunto de informações e conjecturas sobre o audiovisual no mundo e no Brasil é inicialmente alinhado. Traçado esse panorama geral, singularidades de componentes específicos do audiovisual entram em foco. Na cena específica, do cinema, da produção audiovisual para TV, para propaganda e publicidade e de jogos eletrônicos, oferece-se uma série de informações que abrem um mundo novo de possibilidades de interpretação, de conclusões e de recomendações, que serão, sem dúvida, motivadores de novos estudos, mas que também certamente podem orientar novas práticas de governos, de empresas e organizações do campo ou a ele relacionados, sempre provisórias porque em formação.

Explicitados motivações, aspirações, referências, possibilidades e limites, questões que compõem a introdução deste Diagnóstico, pode-se adiantar a sua estrutura básica. Inicia-se com a apresentação e descrição genérica da cadeia do audiovisual, o registro de seus principais produtos e características. A seguir, é apresentado um panorama do audiovisual no mundo. Nesta seção, entra em cena o cinema, com ênfase na produção cinematográfica norte-americana e nos casos selecionados de mais seis países, Coréia do Sul, Índia, China, Nigéria, Nova Zelândia e Argentina, bem como são tratadas questões referentes a outros tipos de produção audiovisual, especificamente o vídeo doméstico, a televisão e os jogos eletrônicos.

Na seção seguinte, o foco recai sobre o audiovisual no Brasil. Aqui são abordados a produção cinematográfica nacional, seu desempenho recente e suas tendências, e, obedecendo ao padrão da seção anterior, três outros segmentos da produção audiovisual: o vídeo doméstico, a televisão e os jogos eletrônicos. A quinta seção, objeto central do trabalho, é inteiramente dedicada ao diagnóstico propriamente dito da cadeia do audiovisual baiana. Ocupa-se, inicialmente, do elo de produção de conteúdos audiovisuais, subdividido em cinema, outros produtos audiovisuais para TVs e propaganda e publicidade, e jogos eletrônicos. O item da cinematografia local inicia-se com a caracterização da “Novíssima Onda Baiana”.

A seguir, são apresentados os resultados da pesquisa de campo aplicada às empresas e aos produtores independentes que atuam na área de cinema e aos atores que respondem por outras produções do campo do audiovisual, tais como, as produtoras de vídeos para publicidade e propaganda, os núcleos de criação das emissoras de televisão e as instituições que produzem e que pesquisam na área dos jogos eletrônicos. As três seções seguintes debruçam-se sobre a pesquisa realizada junto às empresas e instituições que trabalham nas áreas de distribuição, exibição (salas de cinema, festivais, vídeo locadoras, cineclubes e emissoras de TV) e infraestrutura. Por fim, na última das seções são avançadas algumas conclusões e recomendações.

Faça o download e confira o estudo na íntegra.