5° Festival do Filme Documentário Dockanema

5° Festival do Filme Documentário Dockanema

Entre os dias 10 e 19 de setembro, a cidade de Maputo, em Moçambique, volta a acolher o Festival do Filme Documentário Dockanema, que está na sua 5.ª edição. A mostra exibirá filmes de vários países e o público local terá a chance de ver documentários que raramente chegam ao circuito exibidor comercial da região.

Segundo o diretor do festival, Pedro Pimenta, o Dockanema chega ao 5º ano não apenas consolidado como um dos principais eventos culturais de Moçambique, mas também confirma a sua importância entre os espaços públicos dedicados especificamente ao documentário.

“Não seria exagero afirmar que o Dockanema é o principal espaço dedicado ao audiovisual em Moçambique, e que hoje seu reconhecimento vai muito além das nossas fronteiras. (…) Além de estimular a produção de novos documentários, o festival promove a democratização do acesso à cultura e a formação de plateias para um gênero cinematográfico que privilegia a reflexão sobre a complexidade do tempo em que vivemos e os desafios a serem enfrentados na construção do futuro”, escreveu ele em documento oficial do festival.

Além dos filmes, haverá o Fórum Dockanema, espaço já conhecido para a realização de seminários, palestras e debates que contribuem para a reflexão e análise do gênero documentário como arte, mas também como produto audiovisual que gradualmente conquista fatias maiores das audiências globais.

Confira imagens do evento (por Chico Carneiro)

 

Dockanema 2010, estréias e simposío.Dockanema 2010, estréias e simposío.Dockanema 2010. Simposío sobre o cinema em Moçambique.Dockanema 2010, estréias e simposío.Dockanema 2010. Simposío sobre o cinema em Moçambique.Dockanema 2010. Simposío sobre o cinema em Moçambique.Dockanema 2010. Simposío sobre o cinema em Moçambique.Dockanema 2010, estréias e simposío.Dockanema 2010, estréias e simposío.Dockanema 2010, estréias e simposío.

 Confira também as mostras que serão exibidas durante o Festival de Dockanema:

“ÁFRICA: 50 ANOS” – Este programa celebra os cinquenta anos das independências dos países da África. Vários documentários que retratam o tema serão exibidos, inclusive haverá destaque para os 35 anos da independência de Moçambique.

“MADE IN CHINA” –  Nesta mostra, serão exibidos os filmes sobre a China, que tanto se fala, mas pouco se conhece em Moçambique. Haverá documentários de produção oficial e independente.

“DOC FOOT” – Em ano de Copa do Mundo na África, o futebol também entra em campo e será tema de uma mostra exclusiva, com documentários sobre o fenômeno político, sócio-cultural e econômico do esporte.

“POR QUE A DEMOCRACIA?” – Os filmes desta mostra vão explorar o significado do termo “democracia” no contexto de assuntos transversais, como a segurança, o desenvolvimento e os direitos humanos. O objetivo também é estimular debates no seio da sociedade civil.

“JORIS IVENS – Filmar o Impossível” – Retrospectiva da obra de uma das figuras mais destacadas da história internacional do cinema: o documentarista holandês Joris Ivens.

Durante o festival, também será lançada a coleção “Indústria Cinematográfica e Audiovisual Brasileira”, organizada por Alessandra Meleiro, e uma coedição do Instituto Iniciativa Cultural e da Escrituras Editora.

PALESTRAS

Colonial Mozambique in the lens of non-fiction filmmakers: A story of politics, economics and propaganda (1897-1974) – Guido Convents

Key Words: Documentary, colonial Mozambique, propaganda, International filmhistory

Making non-fiction films doesn’t mean that someone by chance is putting his camera in the bush or at a street corner and let the camera film. Just like fiction, the non-fiction films tell a story. Images are made with an intention and often very well chosen and selected. A large number of documentaries are often made for a targeted public. Among the first non-fiction produced in Mozambique were made by businessmen but also related to international politics. They were not made for and by the local people. From the 1920s on the Portuguese-colonizer started to use these images for their own population (politics) and for the international public opinion and business. During the Estado Novo the images made in the colony (and later the overseas Province) were documenting the ideology of the regime, they used own filmmakers but also non-Portuguese. Although in the 1930s the first tentative to have a local production for the local market by local filmmakers, it is only in the 1950’s and 1960’s that this was realized mainly through the production of Newsreels. The outbreak of the liberation war gave way of a production of propaganda documentaries on both sides (Frelimo and the Portuguese colonizer). It created another kind of documentary, which was intended for the socio-psychological warfare. The Frelimo documentaries were aiming mainly the international public opinion; the Portuguese was producing mainly for the non-liberated areas and the home country.

Conheça mais sobre a plataforma Doc-ACP, um projeto transnacional de difusão do documentário que pretende promover as identidades locais, a diversidade artística e o diálogo intercultural na África, no Caribe e no Pacífico (ACP).

Veja também a programação do evento.

 

Leia mais sobre o evento.

Veja o artigo “Um outro começo“, de Clarisse Goulart e Alessandra Meleiro publicado na Revista Reserva Cultural, n. 10, 2011, pp. 64-67, Lazuli Editora, São Paulo.