Embrafilme e o cinema brasileiro

Embrafilme e o cinema brasileiro

 

Por André Gatti

A história da distribuição comercial é assunto novo na historiografia cinematográfica brasileira. A nossa tradição neste campo de estudo ainda engatinha em relação aos seus congêneres, como por exemplo a história da produção de filmes nacionais, onde temos estudos críticos, sociológicos, históricos etc.

Entretanto, no aspecto da comercialização de produtos audiovisuais, apesar de já haver alguns esforços neste sentido, ainda se trata de um conhecimento a ser sistematizado com a finalidade de contribuir para uma reflexão sobre o assunto.

Neste sentido caminha a idéia desta presente publicação, que pela primeira vez reúne pesquisadores que apresentam textos que enfocam o tema da Embrafilme. Existe uma clara tentativa de mostrar um olhar isento sobre um tema relativamente delicado que são as relações : Estado e cinema, isto em última instância.

Nos estudos aqui apresentados, pode-se dizer que existe, um certo, privilégio em relação ao aspecto da comercialização, entretanto, sem que esqueçamos dos outros aspectos inerentes ao assunto. Mas é justamente o enfoque na comercialização que une os ensaios aqui constantes.

“Embrafilme e o cinema brasileiro” vem a enfocar as várias e principais faces de uma empresa que se tornou a maior companhia distribuidora do cinema brasileiro de toda a sua história. Além de ter sido financiadora de substantiva parcela da produção do período da sua relativamente longa existência (1969 -1990).

Neste presente trabalho existe uma tentativa de qualificar os períodos que marcaram o desenvolvimento da estatal do cinema pátrio no mercado cinematográfico nacional e internacional. Os três textos aqui apresentados são relativamente curiosos pelo fato de que dois foram escritos por pessoas que estiveram lá.

Pois, tanto Luiz Gonzaga de Luca quanto Tunico Amâncio foram funcionários da Embrafilme. Amâncio teve a oportunidade de trabalhar junto à poderosa Superintendência de Produção no seu momento mais rico, quando o cinema brasileiro deu um grande salto de mercado.

Depois desta experiência, Amâncio seguiu produtiva vida acadêmica junto ao Departamento de Cinema da Universidade Federal Fluminense. De Luca, por sua vez, também desenvolveu carreira acadêmica, entretanto sem deixar de atuar no mercado cinematográfico junto a importantes empresas como os grupos Sul e Severiano Ribeiro.

Trata-se de um dos poucos executivos brasileiros, em atividade na área de comercialização com estas características. Estes dois olhares que são, ao mesmo tempo, interno e externo, cremos que se complementam com a visão do texto Embrafilme.

Faça o download e confira o estudo na íntegra.