Laboratório Novas Perspectivas de Mercado: saiba como foi

Laboratório Novas Perspectivas de Mercado: saiba como foi

Nos dias 13 e 14 de setembro, São Paulo recebeu o Laboratório Novas Perspectivas de Mercado, integrante do Concurso de Fomento ao Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais. O evento reuniu especialistas, acadêmicos, produtores e criadores para discutir desafios e oportunidades no setor. A pauta incluiu os novos formatos, plataformas, fontes de financiamento e estratégias de inserção de produções no mercado.

Durante as manhãs, as palestras abordaram as tendências contemporâneas para a área. À tarde, os laboratórios trataram de temas mais específicos como distribuição internacional, coproduções, pesquisa e modelos de negócio para TV, Web, games e animação.

O Laboratório foi coproduzido pelo Instituto Iniciativa Cultural e pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e fez parte dos encontros do COLab – Laboratório de Convergência, criado pela SP Cine. Nesse espaço, a proposta foi reunir os criadores durante dois dias para trocas criativas e conversas de negócios, com a participação de players do mercado do audiovisual. A curadoria do evento foi de Alessandra Meleiro (Iniciativa Cultural e UFSCar) e André Gatti.

O terceiro encontro do COLab foi primeiro aberto ao público.  Veja as fotos do evento aqui: http://is.gd/0VrCqZ

Confira a programação e os convidados participantes:

SÁBADO – 13 de setembro

10h às 12h30

Palestra: “A Economia Criativa e a Indústria Cinematográfica”

O mercado audiovisual: dados mundo – Brasil – Rio de Janeiro. Evolução dos recursos para financiamento no Brasil: das leis de incentivo ao FSA e à lei 12.485. Era uma vez apenas o cinema: a produção brasileira independente no mercado de TV e novas mídias. O novo jogo, criando novas funções e atraindo novos jogadores. Oportunidades, desafios, ameaças e soluções no panorama de crescimento da produção independente. As modalidades de financiamento hoje. O investimento no desenvolvimento de projetos. Comercialização de produtos, formatos e marcas. A experiência da RioFilme no Rio de Janeiro modelando a criação de novas empresas municipais de investimento em audiovisual. Questionamentos e provocações para os novos produtores.

Convidado: Edison Viana (Diretoria Comercial – RioFilme)

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Edison Viana é formado pela Escola de Comunicação da UFRJ e começou a carreira no ramo fonográfico, de edições musicais, shows e eventos. Atua no setor audiovisual desde 2005, com foco em gerência de projetos, consultoria em investimentos e patrocínio, utilização combinada de leis de incentivo e outras fontes de financiamento, planejamento e desenvolvimento de novos negócios (demandas decorrentes da Lei 12.485, criação e comercialização de formatos, Funcines, Fundo Setorial, financiamento coletivo, novas plataformas etc.). Em julho de 2014 passou a integrar a Diretoria Comercial da RioFilme.

14h às 17h30

Laboratório I: Agentes de Vendas e Distribuição Internacional

Este Lab discutirá uma das questões mais frágeis da cadeia produtiva do cinema e audiovisual brasileiro: sua inserção econômica no mercado externo. Seu objetivo principal será responder às seguintes questões: Como ocupar este mercado pluralizado e global? Quais são os instrumentos e os melhores fóruns para realizar tal propositura?

Convidada: Priscila Miranda do Rosário (Tucuman Distribuidora de Filmes)

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Sócia-diretora da Tucuman Distribuidora de Filmes, especializada na distribuição de filmes estrangeiros no Brasil. Estudou Filosofia na UFRJ, Língua e Civilização Francesa na Université Blaise Pascal (França), aonde fez cursos livres de cinema na Etna. Em 2006, foi responsável pela curadoria e produção no Brasil do evento Foire des Mascareinges, na Ilha da Reunion, em que o país era homenageado. Fez parte do júri de imprensa internacional do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Clermont Ferrand em 2007. Produziu também mostras de cinema no Centro Cultural do Banco Brasil (CCBB). Em janeiro de 2010, organizou e produziu a mostra Off Clermont – Amerique Latine à la select, 38 courts, na França, parte do Festival internacional de curtas-metragens de Clermont Ferrand. No mesmo ano, assinou a coordenação de produção do Simpósio Internacional de Políticas Públicas para Acervos Digitais para o Minc.

Laboratório II: Planos de Negócios para Conteúdos Destinados à TV

O mercado de TV tem passado por mudanças significativas. Sua recente ampliação, no Brasil, deve-se, em muito, à obrigatoriedade instituída pela Lei 12.485/11 e há perspectiva de um crescimento ainda maior caso for confirmada a ampliação da regionalização e da produção independente na TV aberta, que se encontra em curso. Enfim, trata-se de um segmento dinâmico por novos projetos e modelos de negócio.

Convidada: Silvia Prado (Cinema Animadores)

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Atua no setor de animação e publicidade desde 1984, fundou a Cinema Animadores em 1998 e é uma das organizadoras do UPTO3, mostra de filmes em animação e novas mídias, que em 2014 fará sua 7ª. edição. O evento acontece anualmente em Toronto (Canadá), durante o Brazilian Film Festival of Toronto (BRAFFT). Ela também é membro da diretoria do SIAESP e do comitê gestor de Animação da ABPI-TV. Assina a produção executiva da minissérie “Sapo Xulé”, prêmio Prix Jeunesse Iberoamérica; da série transmídia “Zica e os Camaleões” (2014), e da série “O Homem Cueca”, de Felipe Xavier (2015).

Laboratório III: Novos Formatos e a Web (Produção e Distribuição)

Convidados: Guto Aeraphe (Produtor) e Paulo Mavu (Mambo Jack)

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Guto Aeraphe – É formado em Comunicação Social com pós-graduação em Criação e Produção em Mídia Eletrônica pelo UNI-BH. Trabalha com audiovisual desde 1997 e nesse período já dirigiu e editou dezenas de comerciais para TV, realizou programas para TVs educativas e comerciais, produziu documentários, curtas-metragens e web-séries. Foi professor de Fotografia, Produção Audiovisual e de Cinema em universidades mineiras. Autor do livro “Websérie – Criação e Desenvolvimento”.  Com suas produções, participou dos principais festivais internacionais de produtos transmídia, como o Festival de Los Angeles nos EUA e de Marseille, na França, trazendo 6 prêmios, entre eles o de melhor diretor.

ABORDAGEM:

Hoje vivemos a “Era das Telinhas”. Um tempo em que tudo está em movimento e em todos os lugares, principalmente em dispositivos que se tornaram extensões, verdadeiras próteses de nosso corpo e mente. Estamos diante de uma nova forma de pensar e produzir conteúdos e frente a um espectador que decide onde, quando e da forma que lhe for mais conveniente ver este conteúdo. Talvez o grande desafio deste novo mercado esteja no comportamento fragmentado do público, que, em sua maioria, quer algo além da passividade da tela do televisor. Este público quer interagir, participar ativamente do universo proposto, mudando a forma como vemos a TV. Compartilharei esta visão com realizadores selecionados no concurso, procurando contribuir para os projetos em desenvolvimento.

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Paulo Mavu Diretor, roteirista, quase publicitário e formado em RTV, iniciou sua carreira escrevendo roteiros para outros diretores e trabalhando em curtas experimentais de alguns amigos. Ainda na faculdade, começou a dirigir seu próprio material. Depois de passar por empresas de marketing e outras produtoras, criou a Mambo Jack, em 2011, com o desejo de produzir conteúdo. Hoje produz séries, curtas e publicidade em animação 2D, 3D e live action. Em 2009, escreveu a série “Lado Nix” para web, que foi lançada em 2011 e segue como uma das referências nesse formato on demand. A Mambo Jack está produzindo atualmente mais três séries.

ABORDAGEM:

Conversaremos sobre os cases internacionais que impulsionaram o formato web (content ou entretenimento) e as produções nacionais que mais se destacaram nos últimos anos. Abordarei no workshop a produção, financiamento e distribuição da websérie Lado Nix (escrita e dirigida por Paulo Mavu) e como a obra ajudou a mudar a forma de se produzir e assistir a séries nesse formato, explorando acertos e erros de algumas séries que acabam ficando perdidas nos “players”.

DOMINGO – 14 de setembro

10h às 12h30

Palestra: Distribuição e Vendas Internacionais

Abordagem sobre as principais alternativas de distribuição atuais na América Latina ante o novo contexto multiplataforma do mercado.

Convidado: Juan Zapata (IECINE/Zapata Filmes/Latinópolis Filmes)

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Estudou Realização Cinematográfica e Roteiro Avançado na Escuela Internacional de Cine de San Antonio de los Baños, em Cuba, e Realização Cinematográfica na Universidade Jorge Tadeo Lozano, em Bogotá, na Colômbia. Tem ministrado cursos de capacitação em países como México, Guiana Francesa, Espanha, Brasil e Argentina. É sócio fundador da produtora Zapata Filmes. Em 2012, criou a Latinópolis Filmes, única rede de distribuição com foco no cinema latino, que opera em 6 países. Desde abril de 2014, é diretor do Instituto Estadual de Cinema do Rio Grande do Sul (IECINE-RS).

14h às 17h30

Laboratório IV: Coproduções Nacionais e Internacionais

Os modelos de coprodução têm passado por uma nova sistematização, de forma que há demanda para a otimização de acordos bilaterais consolidados e novas articulações para a realização de acordos internacionais ainda não existentes estão em processo. No entanto, apesar do crescente número de coproduções em nosso país desde o cinema da retomada, estamos diante um oceano ainda inexplorado de oportunidades de negócios, em todos os níveis e para todos os segmentos da indústria.

Convidadas: Vania Catani (Bananeira Filmes) e Sara Silveira (Dezenove Som e Imagens)

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Vania Catani – Iniciou sua carreira no final da década de 1980 com vídeos independentes em Belo Horizonte. A partir da segunda metade da década de 1990, com a Retomada do Cinema Brasileiro, voltou-se para a produção cinematográfica, sempre mantendo um interesse particular pelo mercado independente. Em 2000, já instalada no Rio de Janeiro, fundou a Bananeira Filmes, produtora independente que desenvolve, produz e lança projetos ousados e de grande qualidade artística. Reconhecidos no Brasil e internacionalmente, os filmes produzidos pela Bananeira já foram exibidos em 250 festivais de 40 países e receberam, até o momento, 146 prêmios.

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Sara Silveira – É uma das mais ativas produtoras de filmes no país. Em 1991, fundou a produtora Dezenove Som e Imagens, junto ao cineasta Carlos Reichenbach, e desde então, administra em parceria com a também produtora Maria Ionescu. Durante esses anos, seus projetos acumularam prêmios nacionais e internacionais, tais como: “O que se move”, prêmio de Melhor Filme na IV Semana dos Realizadores; “Avanti Popolo”, que recebeu o prêmio Melhor Filme na Mostra CinemaXXI, do Festival de Roma em 2012; “Trabalhar Cansa”, que participou da sessão Un Certain Regard do Festival de Cannes; e “Girimunho”, selecionado para o 68º Festival de Veneza.

Laboratório V: Pesquisa de Mercado

Quais são os caminhos que o Cinema como produto costuma trilhar para chegar no seu consumidor final? O que é marketing? O que é marketing no cinema? O marketing deve vir antes ou depois do produto finalizado? Filmes para todos os públicos e para públicos específicos. O filme de arte precisa de marketing? Como está o mercado de cinema no Brasil hoje e como ele ficará depois da digitalização? Ficará mais fácil ou mais difícil para o produto independente e o nacional? O blockbuster continuará existindo da mesma maneira?

Convidados: Paulo Sérgio Almeida (Filme B) e Renato Barbieri (Teste de Audiência)

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Paulo Sérgio Almeida – Diretor, produtor, distribuidor, especialista no mercado de cinema no Brasil. Como diretor e produtor, realizou sete longas-metragens. Como distribuidor, foi superintendente comercial da Embrafilme (1989-1990), presidente da RioFilme (1992-1994), diretor da Top Tape (1995-1996). Em 1997, fundou a Filme B, empresa especializada em análises do mercado cinematográfico no Brasil. Como editor e autor, publicou o anuário “Quem é Quem no Cinema no Brasil” e o livro  “Cinema: desenvolvimento e mercado”. Também é professor de cursos especializados em mercado de cinema na Fundação Getúlio Vargas (RJ e SP) e Escola Superior de Propaganda e Marketing (RJ), dentre outras atividades.

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Renato Barbieri – Cineasta com uma carreira ligada à produção de conteúdo audiovisual para cinema, televisão e com fins educativos. É diretor desde 1983 e foi integrante da produtora paulista Olhar Eletrônico ao lado de Fernando Meirelles, Paulo Morelli e Marcelo Tas. Em 1992 fundou a produtora Gaya Filmes, pela qual passou a se dedicar à criação e produção de conteúdo audiovisual. É idealizador e curador do projeto Teste de Audiência, por onde passaram mais de 75 longas, num programa inédito de qualificação e aprimoramento dos filmes e no diálogo com seu público.

ABORDAGEM:

Abordará a utilização do Teste de Audiência como ferramenta para aferir se as intensões narrativas do diretor estão de fato se realizando, no todo ou em parte. O Teste de Audiência é um projeto inédito de aprimoramento dos filmes brasileiros, realizado antes da conclusão da montagem, o que permite eventuais (e quase sempre inevitáveis) ajustes na montagem. É um momento importantíssimo da produção do filme, onde o ‘olhar chapado’ do diretor (devido à falta de distanciamento e intenso envolvimento com a obra) se encontra com o ‘olhar virgem’ do público (que nem desconfia a que filme irá assistir).

Laboratório VI: Negócios em Games e Animação

Os setores mais rentáveis da indústria audiovisual contemporânea global encontram-se no binômio games-animação. Nestes setores, a inovação é o principal elemento motor da atividade. Este workshop abordará como articular a gestão multiplataforma de um determinado projeto, de forma a internacionalizá-lo e licenciá-lo, ocupando este mercado tão cobiçado e promissor.

Convidados: Reynaldo Marchesini (Flamma Filmes), Eliana Russi (Abragames/Brazilian Game Developers) e Paulo Luis Santos (Flux Game Studio).

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Eliana Russi – Gerente Executiva do Projeto de Exportação Brazilian Game Developers (Abragames/Apex-Brasil). Graduada em Administração de Empresas pela PUC-SP, MBA em E-Commerce pela FIPE/USP e especialização em Comércio Internacional pela FGV-SP. Entre 2001 e 2007, implantou o setor negócios internacionais em Arte e Indústrias Culturais no Consulado Geral do Canadá de São Paulo, promovendo as primeiras coproduções Brasil-Canadá em Cinema e Televisão. Entre 2007 e 2011, foi a Gerente Executiva do Projeto de Exportação Brazilian TV Producers.

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Paulo Luis Santos – É fundador da Flux Game Studio, desenvolvedora paulistana de games autorais e sob encomenda. Pós-graduado em Desenvolvimento de Games e professor do Senac-SP, atua no mercado brasileiro de games desde 2009, com passagens por importantes empresas de publicação e também de desenvolvimento.

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Reynaldo Marchesini – Produtor executivo, supervisor artístico, roteirista e engenheiro por formação. Há 17 anos, trabalha com distribuição, produção e licenciamento em televisão, cinema, internet e gestão de marcas e programas de TV, representado estúdios como Disney, Sony, Nintendo, Nelvana, BBC, entre outros, em projetos como “Pokémon”, “Homem-Aranha”, “Barney”, “Bananas de Pijamas” e “Clube do Mickey”. De 2004 a 2010, foi produtor executivo da série de animação brasileira “Princesas do Mar”. Em 2009, foi escolhido pelo Ministério da Cultura como consultor do programa ANIMATV. Atualmente, assina a produção executiva e a supervisão artística na série de animação “Sítio do Picapau Amarelo” e é responsável pela área de conteúdo infanto-juvenil da MIXER.

ABORDAGEM

Mercado de Animação: Através da apresentação de cases de coprodução internacional (“Princesas do Mar”) e nacional (“Sítio do Picapau Amarelo), Reynaldo Marchesini apresentará o cenário atual da animação brasileira e mundial, e as questões relacionadas à produção e comercialização destas obras. Abordará também as questões do licenciamento, VOD, e como criadores e produtores devem se preparar para estas negociações.

SERVIÇO
Laboratório Novas Perspectivas de Mercado
3º encontro do COLab – Laboratório de Convergência
Quando: 13 e 14 de setembro de 2014
Onde: No campus da FAPCOM – Rua Major Maragliano, 91, próximo ao metrô Vila Mariana/São Paulo.