O ganho da Espanha com a regionalização

O ganho da Espanha com a regionalização

 

Por Alessandra Meleiro, de Bilbao

Buscando uma solução para fomentar a produção audiovisual regional, uma decisão política na Espanha levou ao surgimento de oito canais ligados às diferentes comunidades autônomas (são 11 no total). Juntando esforços, os canais conseguiram garantir uma produção de qualidade e ainda vendem programas para outros canais nacionais.

Neste contexto surgiu a Forta (Federación de Televisiones Autonómicas), formada pelas emissoras Empresa Pública de Rádio e Televisão da Andaluzia, Corporação Catalã de Rádio e Televisão, Rádio e Televisão Madri, Entidade Pública Radiotelevisão Valenciana, Companhia de Rádio Televisão da Galícia, Euskal Irrati Telebista (País Basco), Televisão Autonômica das Canárias e Televisão Autonômica de Castilla-La Mancha. A federação estabelece continuamente acordos de co-produção em um esforço para consolidar uma produção de qualidade com diminuição de custos.

Isto se consegue através do envio de equipes interautônomas (interestaduais ou intermunicipais no caso brasileiro) reduzidas a operações especiais e através do intercâmbio de notícias. Além disso, vendem programas de sua produção para outros canais nacionais integrantes da Federación de Asociaciones de Productores Audiovisuales Españoles, como Canal Plus, TVE e Tele 5, que os compram a um preço bastante reduzido se comparado aos custos de produção de programas semelhantes no canal nacional.

O custo de um talk show de 60 minutos, por exemplo,pode chegar a €12 mil por capítulo em uma televisão autônoma, e a €30 mil em uma televisão nacional. Já um concurso ou um reality show pode custar €50 mil na Euskal Telebista e €400 mil em uma televisão nacional.

Ritmo diferenciado

A maioria das emissoras regionais na Espanha optou por gêneros televisivos ligados ao entretenimento e que lhes permitisse um método industrial de produção de programas. Uma vez que um programa já está criado, desenvolvido e vendido, pensa-se no próximo programa que vai ao ar.

Este método de trabalho exige uma agilidade no processo que difere da produção de documentários ou filmes de ficção, que exigem mais tempo e uma maneira de produzir, financiar e vender diferente. Na área de documentários, há uma tendência para a espetacularização dos temas, com um ritmo mais rápido do que os documentários feitos pela BBC de Londres, por exemplo.

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FONTE

Publicado originalmente em Maio/2003 na Revista Tela Viva, Ano 12, v. 127, São Paulo, Ed. Glasberg, pp. 38-41